Ferramentas para vigilância epidemiológica molecular do IBV Simbios Biotecnologia

Ferramentas para vigilância epidemiológica molecular do IBV

Anteriormente, vimos porque bons protocolos de imunização não representam a solução definitiva para os problemas causados pelo Vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas (IBV) na avicultura industrial. Por isso, aprimorar a convivência com o vírus, monitorando-o constantemente através da vigilância epidemiológica molecular, garantirá informações qualificadas que podem ajudar na tomada de decisões estratégicas: qual a cepa circulante, os riscos associados à mesma, etc.

A diversidade de cepas de IBV a campo, que é ampliada pelo fato do vírus estar constantemente evoluindo por mutações e recombinações (Kottier et al., 1995; Jia et al., 1995, Wang et al., 1993; McKinley et al., 2011), acaba delimitada pelo sistema imunológico do hospedeiro, que define a seleção de variantes (fitness) e, por fim, como o vírus se comportará - sua patogenia, dispersão, tropismo, resposta às vacinas e assim por diante (Montassier, 2010).

Reconhecer a diversidade através da tipificação de IBV permite a melhor seleção vacinal, visto que as alternativas homólogas são geralmente mais eficazes quando comparadas às heterólogas. O melhor entendimento da epidemiologia sempre resultará no incremento das estratégias de controle, principalmente no contexto de utilização reiterada de vacinas com cepas vivas, que requer especial atenção ao propiciar a interação destas com a população viral do campo. O resultado são recombinações e, portanto, novas pressões seletivas na geração de variantes. Cepas como I1124/16 e LJL/130906, por exemplo, surgiram da mutação e recombinação gênica a partir do uso de vacinas Massachusetts (Sheng et al., 2020 & Liu et al., 2014). Para estas cepas, a vacinação homóloga com H120 (sorotipo Massachusetts) não assegurou proteção eficaz, indicando que nem mesmo a alta similaridade genética oferece garantia absoluta (nestes trabalhos, os autores sugerem recombinações intra ou intergenotípicas evoluindo de “maneira inesperada”).


As ferramentas moleculares

Análises sistemáticas de sequenciamento genético representam uma empreitada custosa, exigindo pessoal altamente treinado, equipamentos sofisticados e coordenação acurada de informações. A genotipificação pela Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real (qPCR), por outro lado, com primers e sondas precisamente dirigidos para alvos moleculares específicos, oferece bons elementos para a vigilância epidemiológica do IBV em maior escala e agilidade. A genotipificação na monitoria epidemiológica alerta para a emergência de novas cepas circulantes, sejam elas provenientes de outras origens ou geradas por mutações e recombinações das populações a campo.

Para a monitoria de IBV, a Simbios dispõe de métodos de tipificação pela técnica de RT-qPCR das três variantes circulantes no país - Massachusetts, BR e a recém descoberta GI23 -  além de realizar análise filogenética através do sequenciamento do gene S1

E, convém lembrar: os mesmos reagentes desenvolvidos e amplamente testados em nosso laboratório estão disponíveis na Linha NewGene, trazendo agilidade, acurácia e segurança aos resultados do laboratório da agroindústria avícola.




Veja também:

NewGene IBVSeq - mastermix para sequenciamento de DNA. 


---------------------------------------------------------------------

Jia, W., Karaca, K., Parrish, C. R., & Naqi, S. A. (1995). A novel variant of avian infectious bronchitis virus resulting from recombination among three different strains. Archives of virology, 140, 259-271.

Kottier, S. A., Cavanagh, D., & Britton, P. (1995). First experimental evidence of recombination in infectious bronchitis virus: Recombination in IBV. Corona-and Related Viruses: Current Concepts in Molecular Biology and Pathogenesis, 551-556.

Liu, S., Xu, Q., Han, Z., Liu, X., Li, H., Guo, H., ... & Kong, X. (2014). Origin and characteristics of the recombinant novel avian infectious bronchitis coronavirus isolate ck/CH/LJL/111054. Infection, Genetics and Evolution, 23, 189-195.

McKinley, E. T., Jackwood, M. W., Hilt, D. A., Kissinger, J. C., Robertson, J. S., Lemke, C., & Paterson, A. H. (2011). Attenuated live vaccine usage affects accurate measures of virus diversity and mutation rates in avian coronavirus infectious bronchitis virus. Virus research, 158(1-2), 225-234.

Montassier, H. J. (2010). Molecular epidemiology and evolution of avian infectious bronchitis virus. Brazilian Journal of Poultry Science, 12, 87-96.

Sheng, J., Ren, M., Han, Z., Sun, J., Zhao, Y., & Liu, S. (2020). Genetic and antigenic heterogeneity of GI-1/Massachusetts lineage infectious bronchitis virus variants recently isolated in China. Poultry science, 99(11), 5440-5451.

Wang, L., Junker, D., & Collisson, E. W. (1993). Evidence of natural recombination within the S1 gens of infectious bronchitis virus. Virology, 192(2), 710-716.