
Diagnóstico de Glaesserella parasuis (Haemophilus parasuis) em suínos
Glaesserella parasuis, anteriormente conhecida como Haemophilus parasuis, é uma pequena bactéria Gram-negativa pleomórfica da família Pasteurellaceae, responsável pela Doença de Glässer (DG) em leitões e pneumonia em animais adultos. A DG caracteriza-se por causar polisserosite fibrinosa, poliartrite e meningite principalmente em leitões de quatro a oito semanas, acometendo também reprodutores e suínos adultos, podendo levar a quadros de pneumonia e sepse, geralmente fatais.
A doença é severa, com perdas importantes nos rebanhos, chegando a 60% da mortalidade entre 24 e 72 horas nos casos agudos. Além disso, G. parasuis é patógeno oportunista, frequentemente atuando como causa secundária após infecções por vírus como o PCV2, o vírus da síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRS) e o vírus da influenza suína (SIV) (1).
A mudança de nome em 2021
Do ponto de vista taxonômico, estudos genômicos e filogenéticos recentes demonstraram que Haemophilus parasuis constitui um clado bem definido e distinto dentro da família Pasteurellaceae, tendo como taxa irmã o gênero Bibersteinia, distinguindo-se claramente das demais espécies do gênero Haemophilus.
Análises detalhadas das sequências dos genes 16S rRNA e rpoB, além da comparação de milhares de proteínas homólogas, fundamentaram a criação do novo gênero Glaesserella. A espécie passou a ser denominada Glaesserella parasuis, em homenagem a K. Glässer, seu descobridor. A distância evolutiva em relação a outros gêneros da família, associada a diferenças fenotípicas relevantes, confirmou que as cepas não se enquadravam no gênero Haemophilus tradicional, justificando a atualização. Essa reclassificação reflete avanços no entendimento genômico e filogenético da bactéria (1).
O diagnóstico molecular
O diagnóstico da Doença de Glässer (DG) é essencial para o manejo e controle, porém, apresenta limitações. Os sinais clínicos e as lesões macro e microscópicas, associadas à infecção por G. parasuis, não são patognomônicos (exclusivos), exigindo diagnóstico diferencial com outros agentes. O isolamento bacteriano requer amostras na fase aguda, sem uso prévio de antibióticos, além de ser dificultado pelo caráter fastidioso e pleomórfico da bactéria.
Métodos como imunohistoquímica (IHQ), hibridização in situ (HIS) e ensaios imunoenzimáticos (ELISA) podem apresentar reações cruzadas, comprometendo a precisão. Nesse contexto, a PCR em tempo real (qPCR) destaca-se por sua elevada sensibilidade e especificidade, permitindo detecção rápida e confiável em amostras clínicas, além de apoiar o monitoramento e o controle da enfermidade. Sua acurácia favorece ainda a seleção de isolados para antibiogramas e a produção de vacinas autógenas (2).
A Simbios Biotecnologia disponibiliza o kit HPSAmp para diagnóstico de G. parasuis, além da modalidade HPS para amostras de suabes ou tecidos do trato respiratório superior (nasal, amígdalas ou traqueia) e, em quadros agudos, de meninges, articulações ou membranas serosas. Embora a nomenclatura oficial da bactéria tenha sido atualizada, a designação tradicional, por enquanto, será mantida nos produtos e serviços da Simbios, garantindopadronização, rastreabilidade e alinhamento com protocolos de uso consolidado em laboratórios. Confira em nosso site.
Veja também:
PRODUÇÃO CIENTÍFICA | Infecções respiratórias em suínos e principais agentes patogênicos
PCR no diagnóstico acurado de doenças em suínos
PRODUÇÃO CIENTÍFICA | Pneumonia enzoótica de suínos no Brasil