Genótipo G4/Grupo Molecular 15 do IBDV: caracterização e evolução Simbios Biotecnologia

Genótipo G4/Grupo Molecular 15 do IBDV: caracterização e evolução

O vírus da Doença Infecciosa da Bursa (IBDV), também conhecida como Doença de Gumboro (DG), é patógeno de relevância global na avicultura, sendo tradicionalmente classificado em três principais grupos fenotípicos: virulento clássico (cvIBDV), muito virulento (vvIBDV) e variantes antigênicas (avIBDV). Este último grupo compreende cinco linhagens genéticas distintas, recentemente organizadas nos genogrupos G2, G4, G5, G6 e G7 (Michel & Jackwood, 2017) (1). Essas variantes apresentam distribuição geográfica específica e correspondência com os grupos moleculares descritos ao longo de décadas por estudos conduzidos pelos pesquisadores da Simbios Biotecnologia.


Caracterização do Genogrupo G4 (dIBDV)


O Genogrupo 4 (dIBDV) compreende cepas geneticamente divergentes, isoladas ao longo das últimas quatro décadas na América do Sul, América do Norte, Ásia e Europa. Essas variantes apresentam um perfil antigênico distinto, associado a infecções subclínicas que resultam em atrofia bursal significativa e imunossupressão em frangos comerciais.


História evolutiva e disseminação do G4 no Brasil


Um estudo publicado por pesquisadores da Simbios - Fraga et al. (2019) (2) reconstruíram a história evolutiva das variantes antigênicas do IBDV genogrupo G4 no Brasil. A pesquisa analisou milhares de amostras de bursa de frangos comerciais, sequenciando o gene hvVP2 de 28 variantes antigênicas para inferir relações filogenéticas e padrões filodinâmicos de dispersão viral. A análise filodinâmica sugere que o ancestral do G4 foi introduzido na América do Sul por volta de 1968, chegando ao Brasil entre 1968 e 1977, o que coincide com os primeiros registros da doença no país. A origem mais provável deste vírus está ligada à Europa Oriental, possivelmente Hungria ou Polônia.

O estudo também revelou que a população viral do G4 cresceu entre meados da década de 1980 e 1990, estabilizando-se posteriormente. Esse padrão pode estar associado à introdução de vacinas "quentes" da época (pouco atenuadas), juntamente com o aprimoramento das medidas de biossegurança após os surtos registrados nos anos 1990.


Assinatura molecular e implicações para o controle da doença


Os resultados de Fraga et al. (2019) (2) evidenciam a presença da assinatura S222, T272, P289, I290 e F296 em todas as sequências brasileiras do G4, reforçando a utilidade desses marcadores para diferenciação genómica e vigilância epidemiológica.

A caracterização detalhada do genótipo G4 do IBDV é essencial para a compreensão da dinâmica de infecção e para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de controle e prevenção. A monitoria contínua de variantes emergentes, aliada à otimização de protocolos vacinais e de biossegurança, segue como uma necessidade fundamental para a sanidade da avicultura brasileira e global.

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Veja também:

IBDV G15 (Grupo Molecular 15) é Genogrupo 4 de Michel & Jackwood (2017)

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Controle da Doença de Gumboro e a importância da análise molecular